Folha de São Paulo 13 de junho de 2011
Bolsa incentiva quem deixa faculdade por 2 anos
DE WASHINGTON
Nos EUA, já há quem invista contra a crença de que todos devem ir à universidade.
Peter Thiel, cofundador do PayPal e um dos primeiros investidores do Facebook, anunciou no fim de maio 24 vencedores de bolsas criadas por ele para desenvolver empresas de inovação tecnológica: cada um ganha US$ 100 mil, com a condição de que larguem os estudos superiores por pelo menos dois anos.
As bolsas foram criadas no ano passado e receberam mais de 400 inscrições. Entre os vencedores estão Laura Deming, 17, que desenvolve terapias antienvelhecimento, e John Burnham, 18, que trabalha para extrair minerais de asteroides e cometas.
Thiel diz que sua iniciativa aborda dois problemas dos EUA: a "bolha da educação superior" e a lentidão no desenvolvimento de tecnologias inovadoras.
"Não estamos dizendo que todo mundo deveria abandonar a faculdade. Mas o problema é que, em nossa sociedade, a regra é que todo mundo tem que entrar nela."
Segundo ele, a "bolha educacional" se parece com a imobiliária e a tecnológica -duas que já estouraram, com enorme prejuízo para o país. "Há uma bolha sempre que algo é supervalorizado."
Grandes nomes do aglomerado tecnológico do Vale do Silício são usados como exemplos de gente que se deu bem sem concluir faculdade, entre eles Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, e Bill Gates, da Microsoft.
Burnham ganhou a bolsa e deixou os estudos, com a aprovação dos pais. "O programa dá a muita gente que talvez não conseguisse entrar em Harvard a chance de participar de algo tão seletivo e valioso quanto -e tão educacional quanto", afirmou.
Jovens entre 16 e 24 anos enfrentam nível de desemprego de quase o dobro do resto da população, chegando a 18,4%. É o pior número nos 60 anos em que o Instituto de Políticas Econômicas recolhe os dados. (AM)
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