O Arquivo Nacional, sediado no Rio, comemora o recebimento, após campanha na TV entre setembro e novembro, de dois acervos pessoais de documentos sobre o regime militar para o projeto Memórias Reveladas, que tem como objetivo recontar a história da repressão do período. O material, que inclui documentos e fotografias, além de memórias de militantes, pertencia à jornalista Taís Morais, que escreveu o livro Operação Araguaia (Geração Editorial), em parceria com o também jornalista Eumano Silva, sobre a Guerrilha do Araguaia, e ao escritor e pesquisador Romualdo Campos Filho. Além disso, está sendo aguardado um diário feito por um militar do Exército que participou do combate à Guerrilha do Araguaia (1972-1975) e já informou ao arquivo que o doará.
Antes da campanha, o portal do Memórias (www.memoriasreveladas.gov.br) recebia uma média de 2 mil acessos mensais, hoje são 20 mil. Também aumentou de 20 para 52 o número de arquivos e entidades parceiras, que disponibilizam material para pesquisadores e o público em geral. "Doei o material ao Arquivo porque queria que todas as pessoas, pesquisadores ou não, tivessem acesso ao material", afirmou Taís. Os documentos, de acordo com a jornalista, têm o carimbo de "secreto" do Exército e referem-se a várias operações militares dos anos de chumbo, principalmente entre 1970 e 1973, entre as quais a chacina da Lapa, em São Paulo, na qual dirigentes do PC do B, partido no qual militavam os guerrilheiros do Araguaia, foram mortos pela repressão.
São um total de 1.167 cópias de folhas de papel datilografadas. Os originais ela havia doado à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, mas o material não fica à disposição. "Ainda bem que fiz uma cópia, para poder doá-lo ao Memórias. Parece que eu estava adivinhando que esse material ainda poderia ser útil ", comentou.
"Agora, aguardamos ansiosamente o diário do ex-militar, que já disse que o encaminhará em breve", afirmou o assistente de coordenação do Memórias Reveladas no Arquivo Nacional, Vicente Rodrigues. A ampliação da rede de arquivos que integram o Memórias Reveladas, de acordo com ele, foi a principal conquista da exposição pública proporcionada pela campanha na TV do projeto. "Com a ampliação da rede, o interessado que acessar o site poderá ter acesso a um acervo muito maior", justificou. Os principais arquivos estaduais do País e até o da Brown University, dos EUA, integram a rede.
Recentemente, embora não tenha relação direta com a campanha, foram recebidos quase 600 bilhetes escritos por Getúlio Vargas para seu assessor direto Lourival Fontes, que dirigiu o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). O material foi entregue pelo médico Francisco Baptista, que é filho de Lourival Baptista, ex-governador de Sergipe e amigo pessoal de Fontes, que guardava os documentos havia 40 anos.
Hoje com 94 anos, o ex-governador pediu a sua família que doasse o acervo. Em um dos bilhetes, com o timbre da Presidência da República, Vargas pedia para que Fontes avisasse ao então governador de São Paulo, Ademar de Barros, que já havia conversado com o PTB para ajudar na aprovação de suas contas de governo. "Foi uma decisão conjunta da família doar o material. Achamos que ele não nos pertencia, mas à história do Brasil", afirmou Baptista.
Moacir Assunção
O Estado de São Paulo
15/11/2009
Antes da campanha, o portal do Memórias (www.memoriasreveladas.gov.br) recebia uma média de 2 mil acessos mensais, hoje são 20 mil. Também aumentou de 20 para 52 o número de arquivos e entidades parceiras, que disponibilizam material para pesquisadores e o público em geral. "Doei o material ao Arquivo porque queria que todas as pessoas, pesquisadores ou não, tivessem acesso ao material", afirmou Taís. Os documentos, de acordo com a jornalista, têm o carimbo de "secreto" do Exército e referem-se a várias operações militares dos anos de chumbo, principalmente entre 1970 e 1973, entre as quais a chacina da Lapa, em São Paulo, na qual dirigentes do PC do B, partido no qual militavam os guerrilheiros do Araguaia, foram mortos pela repressão.
São um total de 1.167 cópias de folhas de papel datilografadas. Os originais ela havia doado à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, mas o material não fica à disposição. "Ainda bem que fiz uma cópia, para poder doá-lo ao Memórias. Parece que eu estava adivinhando que esse material ainda poderia ser útil ", comentou.
"Agora, aguardamos ansiosamente o diário do ex-militar, que já disse que o encaminhará em breve", afirmou o assistente de coordenação do Memórias Reveladas no Arquivo Nacional, Vicente Rodrigues. A ampliação da rede de arquivos que integram o Memórias Reveladas, de acordo com ele, foi a principal conquista da exposição pública proporcionada pela campanha na TV do projeto. "Com a ampliação da rede, o interessado que acessar o site poderá ter acesso a um acervo muito maior", justificou. Os principais arquivos estaduais do País e até o da Brown University, dos EUA, integram a rede.
Recentemente, embora não tenha relação direta com a campanha, foram recebidos quase 600 bilhetes escritos por Getúlio Vargas para seu assessor direto Lourival Fontes, que dirigiu o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). O material foi entregue pelo médico Francisco Baptista, que é filho de Lourival Baptista, ex-governador de Sergipe e amigo pessoal de Fontes, que guardava os documentos havia 40 anos.
Hoje com 94 anos, o ex-governador pediu a sua família que doasse o acervo. Em um dos bilhetes, com o timbre da Presidência da República, Vargas pedia para que Fontes avisasse ao então governador de São Paulo, Ademar de Barros, que já havia conversado com o PTB para ajudar na aprovação de suas contas de governo. "Foi uma decisão conjunta da família doar o material. Achamos que ele não nos pertencia, mas à história do Brasil", afirmou Baptista.
Moacir Assunção
O Estado de São Paulo
15/11/2009
2 comentários:
SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ: GENOCÍDIO ESQUECIDO PELO PODER PÚBLICO!
No CEARÁ, para quem não sabe, houve também um crime idêntico ao do “Araguaia”, contudo em piores proporções, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará no ano de 1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato JOSÉ LOURENÇO, seguidor do padre Cícero Romão Batista.
A ação criminosa deu-se inicialmente através de bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como feras enlouquecidas, como se ao mesmo tempo, fossem juízes e algozes.
Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará foi de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO / CRIME CONTRA A HUMANIDADE é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira bem como pelos Acordos e Convenções internacionais, e por isso a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - Ceará, ajuizou no ano de 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que sejam obrigados a informar a localização exata da COVA COLETIVA onde esconderam os corpos dos camponeses católicos assassinados na ação militar de 1937.
Vale lembrar que a Universidade Regional do Cariri – URCA, poderia utilizar sua tecnologia avançada e pessoal qualificado, para, através da Pró-Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa – PRPGP, do Grupo de Pesquisa Chapada do Araripe – GPCA e do Laboratório de Pesquisa Paleontológica – LPPU encontrar a cova coletiva, uma vez que pelas informações populares, ela estaria situada em algum lugar da MATA DOS CAVALOS, em cima da Serra do Araripe.
Frisa-se também que a Universidade Federal do Ceará – UFC, no início de 2009 enviou pessoal para auxiliar nas buscas dos restos dos corpos dos guerrilheiros mortos no ARAGUAIA, esquecendo-se de procurar na CHAPADA DO ARRARIPE, interior do Ceará, uma COVA COM 1000 camponeses.
Então qual seria a razão para que as autoridades não procurem a COVA COLETIVA das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO? Seria descaso ou discriminação por serem “meros nordestinos católicos”?
Diante disto aproveitamos a oportunidade para pedir o apoio de todos os cidadãos de bem nessa luta, no sentido de divulgar o CRIME PERMANENTE praticado contra os habitantes do SÍTIO CALDEIRÃO, bem como, o direito das vítimas serem encontradas e enterradas com dignidade, para que não fiquem para sempre esquecidas em alguma cova coletiva na CHAPADA DO ARARIPE.
Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – (85) 8613.1197
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
www.sosdireitoshumanos.org.br
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