segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Cerca de US$ 23 bi desapareceram do Iraque após guerra

Mais uma notícia proveniente do site da BBC. Indícios do Capitalismo de Desastre de Naomi Klein, ou da economia de guerra citada por Paulo Arantes em Extinção.


Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/06/080610_iraquebbcinvestigafn.shtml

Uma investigação da BBC aponta que uma quantia estimada em US$ 23 bilhões foi perdida, roubada ou simplesmente deixou de ser registrada no Iraque.

Pela primeira vez, o tamanho dos lucros de empreiteiros privados conseguidos com o conflito e a reconstrução do país foram pesquisados, a partir de fontes dos governos dos Estados Unidos e do Iraque, pelo programa de televisão Panorama, exibido pela BBC na Grã-Bretanha.

Uma ordem judicial nos Estados Unidos proíbe a discussão das alegações. A ordem se aplica a 70 casos judiciais contra algumas das maiores companhias americanas.

A oposição democrata americana continua pressionando o governo a respeito dos lucros conseguidos no Iraque.

"O dinheiro que foi desperdiçado, que fez parte de fraudes ou abusos sob estes contratos, é escandaloso, é chocante", diz Henry Waxman, presidente do Comitê de Vigilância e Reforma Governamental da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. "Pode ser o maior lucro com guerra da história."

Concorrência

Enquanto George W. Bush permanecer na Presidência americana é improvável que a ordem judicial que proíbe as discussões seja suspensa.

Até o momento, nenhum grande empreiteiro americano enfrenta julgamento por fraude ou má administração no Iraque.

Antes da invasão do país, uma das mais importantes autoridades responsáveis pelas aquisições do Pentágono levantou objeções a um contrato de valor potencial estimado em US$ 7 bilhões dado à Halliburton, companhia texana que era liderada por Dick Cheney antes de ele assumir o cargo de vice-presidente americano.

Diferente do que normalmente ocorre, apenas a Halliburton disputou e venceu a concorrência.

Desvio


Para o juiz Radhi al Radhi, corruptos são 'criminosos'
Para o juiz Radhi Al-Radhi, corruptos são 'criminosos'

A busca pelos bilhões desaparecidos também levou a reportagem da BBC a uma casa em Acton, no oeste de Londres, onde Hazem Shalaan viveu até ser indicado para o cargo de ministro da Defesa pelo novo governo iraquiano em 2004.

Shalaan e seus associados são acusados de desviar cerca de US$ 1,2 bilhão do ministério.

Eles teriam comprado equipamentos militares antigos da Polônia e alegado que eram equipamentos de última geração, com o objetivo de desviar o dinheiro para suas próprias contas.

Shalaan foi condenado a duas penas de prisão, mas fugiu do Iraque. Ele afirmou que é inocente e que as acusações fazem parte de um plano contra ele de parlamentares iraquianos que são pró-Irã.

Existe uma ordem de prisão para Shalaan, da Interpol, mas ele permanece fugindo pelo mundo a bordo de um jato particular.

Shalaan ainda é proprietário de imóveis comerciais na área de Marble Arch, uma região cara de Londres.

O juiz Radhi Al-Radhi, da Comissão para Integridade Pública do Iraque, investigou o caso. "Creio que estas pessoas são criminosas", disse à BBC.

"Eles não reconstruíram o Ministério da Defesa e, como resultado, a violência e derramamento de sangue continuaram", acrescentou. "O assassinato de iraquianos e estrangeiros continua, e eles têm responsabilidade", acrescentou.

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