Mais um texto da Folha de São Paulo acerca dos reflexos da crise.
CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio
Atualizado às 9h53
O nível de emprego na indústria seguiu o ritmo da produção e caiu pelo terceiro mês consecutivo. Em dezembro, houve variação negativa de 1,8%, na comparação com o mês anterior, informou nesta segunda-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se da maior retração observada desde 2001, quando a série histórica foi iniciada. Em novembro, na mesma base de comparação, a queda havia sido de 0,6%.
Em relação a igual período do ano passado, houve queda de 1,1%. Essa retração interrompeu uma série de 29 resultados positivos nessa relação. Foi o menor resultado desde janeiro de 2004, quando o empego na indústria havia recuado 1,2%.
Ao longo de 2008, o IBGE verificou crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior. De janeiro a setembro, antes do agravamento da crise mundial, a expansão do emprego industrial havia chegado a 2,7%. No último trimestre de 2008, houve variação negativa de 1,1% na com paração com o trimestre imediatamente anterior, interrompendo série de dez trimestres com variações positivas.
O valor da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria registrou também a terceira contração consecutiva, com queda de 0,7 % em dezembro, na comparação com o mês anterior. Em relação a dezembro de 2007, houve incremento de 4,1%, 36ª alta consecutiva. Em 2008, a folha de pagamento na indústria avançou 6%.
O IBGE indicou que, na comparação com dezembro de 2007, houve diminuição dos postos de trabalho em nove dos 18 setores pesquisados. Entre as 14 regiões avaliadas, houve queda em 11 locais, com destaque para Santa Catarina (-3,2%), Paraná (-3,1%), Região Nordeste (-2%) e São Paulo (-0,8%). Foi a primeira queda nesse indicador, na indústria paulista, desde abril de 2004.
Em Sâo Paulo e em Santa Catarina, o destaque negativo ficou por conta do setor de vestuário, com retrações de 11,3% e 14,2%, respectivamente. No Paraná, o nível de emprego na indústria madeireira caiu 21% em relação a dezembro de 2007.
No resultado fechado de 2008, o IBGE observou crescimento em 12 dos 18 ramos e em 11 dos 14 locais pesquisados. As principais influências no ano vieram de São Paulo (3%) e Minas Gerais (4,2%).
Entre os setores, destacaram-se máquinas e equipamentos (10,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (10,6%) e meios de transporte (8,5%).
Em relação a dezembro de 2007, o ganho salarial na indústria foi constatado em 12 das 14 áreas avaliadas, com destaque para São Paulo (6%), Paraná (5,4%) e Minas Gerais (4,1%).
A folha de pagamento real cresceu em 15 dos 18 ramos investigados, na comparação com dezembro de 2007. Os maiores impactos positivos vieram de meios de transporte (10,5%), produtos de metal (10,2%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (7,1%).
Ao mesmo tempo, foram constatadas quedas na folha de pagamento dos setores de vestuário (14%) e madeira (-9,9%), na comparação com dezembro de 2007.
O número de horas pagas na indústria caiu 1,7% em relação ao mês anterior. A retração foi semelhante ao que havia sido verificado em novembro, quando foi notada a, maior queda desde o início da série histórica.
Em relação a dezembro de 2007 apresentou recuo de 1,8% em dezembro, menor taxa desde dezembro de 2003, cuja retração chegara a 1,9%.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
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