domingo, 28 de junho de 2009

Golpe em Honduras

Opinião internacional condena golpe em Honduras

da Folha Online
com France Presse, Efe e Reuters

A ação militar contra o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, já foi alvo de severas críticas da opinião internacional neste domingo. O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que as disputas internas desse país devem ser resolvidas de forma pacífica, enquanto o líder venezuelano, Hugo Chávez, já anunciou que vai fazer "tudo o que tenha que fazer" para restituir Zelaya ao cargo. E governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, condenou "de forma veemente" o episódio.

"Quaisquer tensões e disputas existentes devem ser resolvidas pacificamente e através do diálogo, livre de qualquer interferência externa", declarou o líder americano Obama. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, apelou para que todos os partidos em Honduras respeitem as Constituições e as leis desse país.

O embaixador americano em Tegucigalpa, Hugo Llorens, afirmou que "o único presidente que os Estados Unidos reconhecem em Honduras é o presidente Manuel Zelaya".

A OEA (Organização dos Estados Americanos) realiza uma sessão urgente para avaliar uma resolução de condenação, e deve convocar uma reunião extraordinária da Assembleia Geral para tratar o assunto nesta semana.

mapa de Honduras


Os presidentes de países da América Central devem se reunir ainda nesta noite em Manágua, capital da Nicarágua. O presidente desse país, Daniel Ortega, já adiantou que os líderes devem "fazer uma frente na luta" para restituir Zelaya à presidência.
Carlos Garcia Rawlins -24.jun.09/Reuters
Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, condenou e classificou ato militar como "golpe de Estado troglodita"
Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, condenou e classificou ato militar como "golpe de Estado troglodita"

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou que fará "tudo o que tenha de fazer" para apoiar o colega hondurenho e advertiu que responderá "inclusive militarmente" se ocorrerem novas agressões contra o embaixador venezuelano em Tegucigalpa, Armando Laguna.

"Se nossa embaixada, se nosso embaixador for sequestrado ou atropelado, essa junta militar [que tirou Zelaya do poder] estará entrando em guerra de fato, e teremos que agir, inclusive militarmente", afirmou.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, repudiou o golpe de Estado. "Estou muito preocupada com a situação em Honduras. As Forças Armadas acabam de sequestrar o presidente constitucional, em um episódio que nos lembra a pior barbárie da história da América Latina", disse.

No Brasil, o Ministério das Relações Exteriores divulgou nota onde afirma que "o governo brasileiro condena de forma veemente a ação militar que resultou na retirada do Presidente de Honduras, José Manuel Zelaya, do Palácio Presidencial em Tegucigalpa no dia de hoje e sua condução para fora do país".

"Ações militares desse tipo configuram atentado à democracia e não condizem com o desenvolvimento político da região", diz o comunicado do Itamaraty.

Manuel Zelaya afirmou que foi obrigado a sair do país em um "sequestro brutal" arquitetado por uma parte do corpo militar, e agora está na Costa Rica. Tanques tomaram as ruas e aviões sobrevoam Tegucigalpa, capital de Honduras.

Nenhum comentário: