EUA endurecem política de bombardeios aéreos no Afeganistão
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da Folha Online
Em sua primeira medida oficial, o novo comandante militar americano no Afeganistão, Stanley McChrystal, afirmou que restringirá os bombardeios aéreos no país em um esforço para reduzir o número de civis mortos --e melhorar a imagem dos Estados Unidos entre os afegãos após o ataque na Província de Farah que deixou 140 civis mortos, segundo fontes afegãs.
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Em reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal americano "The New York Times", McChrystal afirmou em entrevistas nos últimos dias que a utilização de ataques aéreos no Afeganistão será permitida apenas para prevenir ofensivas contra tropas americanas e da coalizão internacional.
"O poder aéreo contém a semente de nossa própria destruição se não o usarmos de modo responsável", declarou McChrystal a um grupo de oficiais durante uma videoconferência na semana passada, citado pelo jornal. "Podemos perder esta luta", completou.
Mesmo em casos de combate direto com as forças do grupo islâmico radical Taleban, os bombardeios aéreos devem ser limitados e evitados em áreas populosas --principal cenário de morte de civis em uma guerra como a que ocorre no país asiático há oito anos.
Segundo o jornal, as restrições serão ainda mais duras nos casos de ataques a casas e complexos residenciais usados de refúgio por talebans.
"Quando atiramos em uma casa, isso deveria ser apenas pela proteção de nossas forças", afirmou. "Eu quero que todo mundo entenda isso."
O anúncio de mudanças chega quase dois meses depois dos ataques de 4 de maio na Província de Farah, que causou a morte de muitos civis e aumentou as críticas afegãs às técnicas utilizadas pelas forças internacionais no combate ao terrorismo no país.
Segundo o governo norte-americano, a batalha em Farah começou um dia depois que um grupo de insurgentes talebans entrou em duas vilas de Bala Buluk, exigindo dinheiro dos moradores e matando três ex-funcionários do governo. Uma força afegã foi enviada ao local, mas caiu em emboscada armada por entre 200 e 300 insurgentes.
As tropas pediram então ataques aéreos de jatos F-18 para resgatar os afegãos presos no local. As bombas finais, foram lançadas quatro horas antes de a batalha ser encerrada.
Washington rejeitou o número de vítimas divulgado pelo governo afegão, mas admitiu que houve civis mortos nos ataques aéreos. Os americanos afirmam que os talebans forçam moradores a permanecerem em seus refúgios para forçar as vítimas civis e prejudicar a imagem dos EUA no país.
Um relatório divulgado pelas Forças Armadas americanas semana passada revelou que, somente em junho, ao menos 26 civis morreram na guerra ao terrorismo no Afeganistão.
Segundo um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), o número de civis afegãos mortos em 2008 foi 405 maior que em 2007. O taleban causou a maioria das vítimas com ataques suicidas e bombas colocadas em estradas e acionadas a distância.
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