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Em meio a pressão, Honduras recua do ultimato dado ao Brasil
Por Patrick Markey e Esteban Israel
TEGUCIGALPA (Reuters) - O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, recuou na quarta-feira do ultimato que havia imposto ao Brasil para decidir o destino do presidente deposto Manuel Zelaya, refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa desde que voltou clandestinamente do exílio, há mais de uma semana.
Zelaya, que se indispôs com as elites políticas e empresariais conservadoras do seu país por causa dos seus vínculos com o governo socialista da Venezuela, foi deposto por militares em junho, dando início à pior crise política da América Central em vários anos.
O governo interino havia dado na semana passada dez dias para que o Brasil decidisse se concederia asilo a Zelaya ou o entregaria às autoridades locais, para que fosse julgado por traição. Militares cercaram a embaixada na semana passada, e o governo ameaçou retirar a imunidade diplomática do local se o Brasil não cumprisse o prazo.
Mas Micheletti está sob crescente pressão da comunidade internacional e até de seguidores locais para resolver a crise e suspender o decreto que suspendeu liberdades civis e fechou dois veículos de comunicação simpáticos a Zelaya.
O chanceler de Micheletti havia ameaçado cassar a imunidade diplomática brasileira se não houvesse uma decisão dentro do prazo, mas em entrevista à Reuters o presidente interino disse não ter sido consultado antes desse anúncio.
"Não faremos nada que viole os acordos internacionais que temos", disse Micheletti. "Eles (Zelaya e seus seguidores) podem ficar lá o quanto quiserem. Tudo o que precisamos é que o Brasil garanta que sua missão não seja usada para campanha política."
Na quarta-feira, um tropa de choque cercou um prédio público e expulsou 57 simpatizantes de Zelaya que haviam se entrincheirado no local desde a deposição do presidente, um magnata da madeira que deu uma guinada à esquerda depois de chegar ao poder.
A Organização dos Estados Americanos pretende enviar na semana que vem uma delegação de chanceleres a Honduras para tentar mediar negociações entre Zelaya e Micheletti.
O presidente interino disse na quarta-feira que está considerando os apelos para revogar o decreto do estado de emergência, mas que a rádio Globo e a TV Cholusat Sur, favoráveis ao antigo governo, permaneceriam fechadas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, aderiu ao coro internacional dos que pedem o fim das medidas de emergência e das ameaças à embaixada brasileira. Parlamentares locais também têm pressionado Micheletti a revogar o decreto.
O Brasil, uma potência regional na América Latina, rejeitou o ultimato de Micheletti e pediu que a comunidade internacional exerça mais pressão. Os EUA também exigiram que o governo interino revogue as medidas.
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