quinta-feira, 5 de março de 2009

Bolsas em NY caem com GM e pacote menor que o esperado na China

As Bolsas americanas operam em queda nos primeiros negócios desta quinta-feira. O governo chinês anunciou um pacote de estímulo à economia que frustrou a expectativa dos investidores. Ontem, a espera por um aumento do pacote anunciado no ano passado pelo governo chinês elevou os indicadores. Além disso, a notícia de que a montadora americana GM (General Motors) pode estar perto da concordata também prejudica os negócios.

Às 12h01 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em baixa de 1,50%, indo para 6.772,85 pontos no índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), enquanto o S&P 500 caía 1,47%, para 702,39 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 0,98%, indo para 1.340,41 pontos.

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As ações da GM caíam 15%, para US$ 1,87. Auditores que avaliam a situação da empresa levantaram "dúvidas substanciais" sobre a capacidade da empresa de continuar suas operações e disseram que a empresa pode ter de recorrer à proteção do "Chapter 11", o capítulo da legislação americana que regulamenta falências e concordatas. A informação consta de relatório encaminhado à SEC (Securities and Exchange Commission, o órgão regulador do mercado financeiro americano) e divulgado hoje.

Nesta semana, a GM apresentou uma queda de 52,9% das vendas nos EUA em fevereiro, com 127.296 unidades ante 270.423 em fevereiro do ano passado. A venda de caminhonetes sofreu mais, com perda de 55%, enquanto a de veículos leves recuou 50%.

A GM depende muito do volume de vendas de automóveis, que diminuiu rapidamente no ano passado. "Não há nenhuma garantia de que o mercado automobilístico global vá se recuperar nem que não sofrerá um novo declínio significativo", informou a empresa no relatório.

Hoje, o premiê chinês, Wen Jiabao, disse que com o pacote de 4 trilhões de yuans (US$ 585 bilhões) a China "poderá manter o crescimento econômico em torno de 8%" em 2009. A expectativa, no entanto, era de que ele anunciasse um aumento no valor do pacote, para até 10 trilhões de yuans (US$ 1,5 trilhão), mas Jiabao não fez qualquer menção a essa possibilidade.

"[Jiabao] desapontou todo mundo", disse à agência de notícias Associated Press (AP) o analista Edward Yardeni.

Economistas do setor privado vêm prevendo, além disso, que o crescimento chinês em 2009 pode ser tão baixo como 5,6% --o menor em quase duas décadas-- depois que a expansão da economia baixou para 6,8% no último trimestre de 2008 --numero bastante baixo para o padrão chinês de crescimento dos últimos anos.

A expectativa de mais dinheiro para estimular a economia chinesa fez com que os mercados financeiros mundiais reagissem ontem: a Bovespa subiu 5,31%; nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com avanço de 2,23%; a Bolsa de Londres ontem fechou com alta de 3,81%, e a de Frankfurt, com alta de 5,42%.

Hoje o Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA caiu em 31 mil na semana encerrada no último dia 28, ficando em 639 mil. O número de pessoas recebendo o benefício há pelo menos duas semanas, por sua vez, teve ligeiro recuo, mas continua acima de 5 milhões, o maior patamar desde o início das pesquisas, em 1967.

Amanhã o departamento vai apresentar os números do mercado de trabalho referentes a fevereiro. A expectativa dos analistas é de que tenham sido fechadas no mês passado 640 mil vagas e que a taxa de desemprego tenha ficado em 7,9%, contra 7,6% em janeiro. Ontem, a consultoria de recursos humanos ADP Employer Services informou que o setor privado da economia americana perdeu 697 mil empregos em fevereiro.

Fonte: Folha de São Paulo

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