sexta-feira, 27 de março de 2009

Exceção à americana

Outra reportagem do site da Folha de São Paulo acerca da política de exceção reimplementada pelo presidente Barack Obama seguindo a tendência de desvio do foco do Iraque para o Afeganistão.
As desculpas utilizadas podem ser analisadas no discurso da secratária Hillary Clinton, e lembra semelhante discurso ao utilizado pelo antecessor na presidência para justificar a invasão e manutenção das tropas no Iraque. É sempre um discurso sedicioso em que, de fato, a última das preocupações é com o povo afegão.
Os Estados Unidos hoje tentam reinvindicar o papel de polícia soberana do Império.


26/03/2009 - 20h09
Obama deve enviar mais 4.000 militares ao Afeganistão
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colaboração para a Folha Online

O presidente norte-americano, Barack Obama, divulgará nesta sexta-feira (27) a revisão da política dos EUA para o Afeganistão e o Paquistão, depois de ter feito vários alertas de que as forças ocidentais não estão vencendo a guerra contra os fundamentalistas islâmicos. Mais 4.000 militares devem ser enviados para treinar o Exército afegão, como parte da estratégia de fortalecer a administração e as forças de segurança locais.

Obama anunciou desde a campanha presidencial que pretendia mudar o foco da "guerra ao terror" do Iraque --de onde já anunciou a retirada americana-- para o Afeganistão.

"O presidente está fazendo telefonemas e informando congressistas com base na conclusão da revisão, que o ele irá anunciar amanhã na Casa Branca", disse o porta-voz do governo Robert Gibbs nesta quinta-feira.

A violência no Afeganistão cresceu nos dois últimos anos, principalmente devido ao fortalecimento do grupo fundamentalista Taleban, que governou o país até ser derrubado em outubro de 2001 pela coalizão liderada pelos EUA após os ataques de 11 de Setembro. Os talebans davam abrigo a Osama bin Laden e a células de sua rede terrorista, Al Qaeda, responsabilizada pelos atentados nos EUA.

Os dois grupos se refugiaram em áreas tribais na fronteira do Afeganistão com o Paquistão, segundo a inteligência americana, e o Taleban adotou táticas de guerrilha que colocam em risco a segurança e o abastecimento das tropas ocidentais no país.

Após mais de sete anos de ocupação, Obama diz que os EUA e seus aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) precisam se empenhar mais para estabilizar o Afeganistão.

"O presidente irá traçar qual é a melhor estratégia para avançar, de modo que os extremistas não tenham abrigos [e não] tramem mais ataques contra este ou outros países", disse Gibbs.

O presidente americano deve se reunir nesta quinta-feira com senadores democratas e republicanos para discutir a questão antes do anuncio das medidas. O secretário de Defesa, Robert Gates, e o chefe do Estado-Maior Conjunto, almirante Mike Mullen, já estiveram no Congresso para fornecer informações aos parlamentares.

Fontes do governo informam que Obama planeja enviar milhares de militares e civis para treinar as forças de segurança e de administração afegãs, além dos 17 soldados cujo envio já foi anunciado.

A estratégia inclui, segundo membros do governo que falaram sob condição de anonimato a agências internacionais, 20 recomendações para combater a insurgência, incluindo o envio de 4.000 militares para treinar o Exército afegão, possibilitando sua ampliação.

"É uma estratégia civil-militar integrada", disse a secretária de Estado Hillary Clinton disse, em Monterrey, no México. "Estamos convencidos de que o alicerce mais importante de qualquer sucesso que esperamos alcançar, juntamente com o povo e o governo do Afeganistão, será procurarmos onde pessoal de treinamento civil, de ajuda humanitária, e de assistência técnica de todos os tipos pode ser mais bem utilizado."

Ela se recusou a adiantar detalhes sobre o plano.

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