sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mais um capítulo da exceção permanente - A guerra de Obama

Nova notícia extraída do site da Folha de São Paulo

Investigação preliminar confirma morte de civis em ataque dos EUA, diz CNN
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da Folha Online

Os resultados preliminares de uma investigação conjunta das forças americanas e afegãs afirmam que os ataques aéreos realizados nesta semana por militares dos Estados Unidos na Província de Farah, no Afeganistão, deixaram civis mortos. A Cruz Vermelha acusou na quarta-feira passada (6) os EUA de matar "dezenas" de civis no ataque. O vice-governador da Província afegã afirma que o número de vítimas chega a 147, número que Washington nega.


Fonte do governo afirmou, em condição de anonimato, à rede de televisão CNN, que um número ainda desconhecido de civis --mas que inclui mulheres e crianças-- morreram quando os aviões dos EUA bombardearam mais de seis alvos do grupo radical islâmico Taleban.

Segundo fonte citada pela CNN, os alvos bombardeados eram prédios e edificações que os militares americanos identificaram como redutos dos terroristas e local de lançamento de ataques constantes aos militares dos EUA e do Afeganistão.

O funcionário reiterou, contudo, o discurso desta quinta-feira do secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, de que os insurgentes usavam os civis como escudo e estratégia para manchar os esforços internacionais de combate ao terrorismo no país.
Reuters-05.mai.09
Afegãos observam destruição causada pelo ataque aéreo americano; centenas protestaram nesta quinta
Afegãos observam destruição causada pelo ataque aéreo americano; centenas protestaram nesta quinta

A questão central da investigação será, segundo o funcionário, descobrir quanta informação os militares tinham antes de lançar os ataques em Farah --principalmente se eles sabiam efetivamente da presença de civis na região.

A investigação abordará ainda a suspeita levantada por forças especiais da Marinha de que alguns civis foram mortos por granadas lançadas por militantes do Taleban --que colocaram os corpos em um carro e os exibiram pela vila, afirmando que foram vítimas de ataque americano.

Dois outros funcionários de alto escalão da Defesa dos EUA disseram que o relato do ataque com granada foi obtido de testemunhas entrevistadas por investigadores americanos que foram ao local. Segundo a fonte da CNN, a hipótese é considerada verosímil, mas os investigadores devem enfrentar dificuldades em confirmar a informação já que os corpos foram enterrados há dias.

Números

Segundo a polícia afegã, mais de cem pessoas --incluindo 70 civis-- morreram no ataque na madrugada desta segunda-feira (4) para esta terça-feira (5). Ainda não há números oficiais sobre as vítimas, mas a ONG Cruz Vermelha acusou os EUA de matar "dezenas" de civis no ataque.

Os moradores de duas vilas atacadas por aviões americanos nesta semana prepararam listas com 147 nomes de vítimas. Segundo o vice-governador da Província de Farah, Yunus Rasooli, são 90 mortos na vila de Geraani e outros 57 mortos na vila de Ganj Abad.

Os militares americanos rejeitaram nesta sexta-feira os números "extremamente exagerados" e afirmaram que os investigadores ainda coletam informações no local.

"Os investigadores e as pessoas no local acreditam que estes números são extremamente exagerados. Nós estamos definitivamente longe destas estimativas", disse a porta-voz dos militares dos EUA, capitã Elizabeth Mathias.

Caso os números afegãos sejam confirmados, este será o mais violento ataque a civis afegãos desde o início da ofensiva liderada pelos americanos para derrubar o Taleban do governo local, em 2001.

O principal porta-voz das tropas dos EUA no Afeganistão, Gregory Julian, não confirmou os resultados da investigação, mas destacou: "Sempre é lamentável quando civis morrem".

De acordo com Julian, a milícia taleban utiliza áreas civis para lançar ataques a partir destes locais contra as tropas americanas e da coalizão.

"As vítimas civis são sempre uma possibilidade quando se executa uma atividade contrainsurgente", declarou. "Estamos aqui para proteger a população civil e levamos isto muito a sério. A última coisa que queremos que aconteça é que civis inocentes morram ou fiquem feridos."

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