quarta-feira, 6 de maio de 2009

O governo Obama e o estado de exceção

Notícia proveniente do site da BBC que demonstra que o governo do norte-americano não rompe completamente com a política de exceção de George Bush, o que há é apenas uma mudança de estratégia do Iraque para o Afeganistão.

O curioso do fato é que o governo afegão pediu somente que reduzam as mortes de civis, as restantes para eles podem continuar acontecendo sem devido processo legal, julgamento, nem nada. Somente na base de uma suposta identificação de um "inimigo",no caso o "terrorista". Ambas figuras abstratas e absurdas que legitimam a matança indiscriminada e a recorrente suspensão do direito nos tempos contemporâneos.
Como diria Raul Zaffaroni não exitem conceitos de inimigos limitados, e sua tendência é atingir em última instância todo e qualquer opositor a um projeto político daqueles que controlam o poder.





Ataque dos EUA no Afeganistão matou dezenas de civis, diz Cruz Vermelha
Mulher ferida em Farah, no Afeganistão

O governo afegão abriu um inquérito sobre o ataque a civis

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que dezenas de pessoas morreram em bombardeios realizados por forças americanas no Afeganistão.

A entidade disse à BBC que uma de suas equipes chegou ao local atingido pelo ataque de terça-feira, na província de Farah, e viu casas destruídas e dezenas de corpos. Entre os mortos estariam mulheres e crianças. Segundo a Cruz Vermelha, os civis estavam abrigados, buscando proteção dos combates na Província de Farah , quando as suas casas foram atingidas.

O incidente deve aparecer em destaque na pauta de conversações entre o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington, nesta quarta-feira.

As forças americanas estão investigando o incidente e o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, também ordenou a abertura de um inquérito.

Karzai deve se reunir com Obama e com o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, que enfrenta uma crescente crise por causa de combates entre o Exército paquistanês e o Talebã na região do Vale de Swat.

Apelo

O presidente do Afeganistão pediu reiteradamente às forças ocidentais no país que reduzam o número de mortes entre civis.

Mas o correspondente da BBC na capital afegã, Cabul, Martin Patience, disse que o encontro de Karzai, Zardari e Obama pode ser ofuscado se for confirmada a informação da Cruz Vermelha de que dezenas de civis morreram.

Há informações de que moradores da área de Farah estão abandonando suas casas num momento em que um acordo de paz entre o governo afegão e os militantes do Talebã parece em vias de ser rompido. O governador da província, Rohul Amin, corroborou a avaliação da Cruz Vermelha de que os civis morreram no ataque, mas não confirmou o número de mortos.

Na terça-feira, o emissário dos Estados Unidos a Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke, disse em uma sessão no Congresso americano em Washington que o Paquistão precisa fazer mais para combater o Talebã.

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