A Folha de São Paulo publica a seguinte notícia em 16 de outubro sobre a justiça retributiva
Chile condena oficiais da "Caravana da Morte"A Corte Suprema do Chile condenou nesta quarta-feira (15) cinco oficiais das ForçasArmadas a penas de quatro a cinco anos de prisão por terem participado da chamada"Caravana da Morte", que executou sumariamente em 1973, em diferentes pontos dopaís, cerca de 120 opositores à ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990).O principal sentenciado foi o general Sérgio Arellano Stark, que comandou o grupo deseis militares que percorreu o Chile num helicóptero Puma. A aeronave aterrissavapara a execução de dissidentes que acabavam de ser presos.A operação, destinada a aterrorizar os partidários do deposto presidente socialistaSalvador Allende, consistia em matar os prisioneiros com armas brancas ou armas defogo de baixo calibre, enterrando-os em valas comuns que não eram a seguiridentificadas.O mais bárbaro episódio ocorreu em Calama, ao norte do Chile, onde 26 prisioneirosforam retirados de uma prisão ao acaso. Depois de mortos, foram sepultados nasareias do deserto próximo.O caso foi investigado judicialmente nos anos 90 pelo juiz chileno Guzmán Tapia, queem 1999 determinou a prisão dos oficiais ontem julgados em última instância.Prisão de PinochetFoi em razão da "Caravana da Morte" que o ditador Pinochet, morto em 2006, foicondenado à prisão domiciliar, em seu único processo por violação dos direitoshumanos. A sentença foi em seguida suspensa pela Corte Suprema, em razão do estadode saúde do militar. A ditadura matou ao todo cerca de 3.000 dissidentes e torturououtros 28 mil.O advogado do general Stark qualificou a sentença "de profundamente injusta para comum homem de 88 anos". Familiares das vítimas, no entanto, qualificaram a decisãojudicial de "uma boa notícia" em memória dos prisioneiros mortos.
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