07/04/2009 - 12h32
Folha Online
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Decisão inédita condena Fujimori por violação dos direitos humanos
O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori (1990-2000) violou os direitos humanos e receberá uma condenação pelos crimes cometidos, anunciou nesta terça-feira o juiz César San Martín, um dos principais responsáveis pelo caso. A pena ainda não foi divulgada, porém o Ministério Público, autor das acusações, havia pedido 30 anos de prisão.
Esta é a primeira vez que um presidente da América Latina que foi democraticamente eleito é considerado culpado, pela Justiça do próprio país, por violação de direitos humanos. O júri de Fujimori, que já dura 15 meses, é conduzido por uma equipe de três juízes.
O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori fala durante seu julgamento por dois massacres
Fujimori é acusado de ter organizado um grupo de extermínio no Exército e, desta forma, orquestrado dois massacres e os sequestros de dois opositores. Ele nega a acusação e diz acreditar que ficará conhecido como o presidente que devolveu a tranquilidade ao Peru. "As quatro acusações estão comprovadas, acima de qualquer dúvida razoável", confirmou o juiz San Martín, nesta terça-feira.
Como o ex-presidente tem 70 anos, com a condenação desta terça-feira, é provável que ele passe o resto da vida na prisão.
Fujimori contava com altos índices de aprovação por parte dos peruanos por ter controlado a economia daquele país e derrotado o grupo insurgente maoísta chamado Sendero Luminoso. Um escândalo de corrupção, no entanto, prejudicou sua imagem em 2000, ano no qual ele decidiu se exilar no Japão.
Nesta terça-feira, dezenas de simpatizantes de Fujimori compareceram à base policial onde o ex-presidente está preso, em Lima. Nesta segunda-feira (6), famílias de 25 vítimas do grupo de extermínio liderado por Fujimori levaram fotos dos mortos e realizaram uma vigília à luz de velas diante do Palácio da Justiça, também em Lima.
Esta é a primeira vez que um presidente da América Latina que foi democraticamente eleito é considerado culpado, pela Justiça do próprio país, por violação de direitos humanos. O júri de Fujimori, que já dura 15 meses, é conduzido por uma equipe de três juízes.
O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori fala durante seu julgamento por dois massacres
Fujimori é acusado de ter organizado um grupo de extermínio no Exército e, desta forma, orquestrado dois massacres e os sequestros de dois opositores. Ele nega a acusação e diz acreditar que ficará conhecido como o presidente que devolveu a tranquilidade ao Peru. "As quatro acusações estão comprovadas, acima de qualquer dúvida razoável", confirmou o juiz San Martín, nesta terça-feira.
Como o ex-presidente tem 70 anos, com a condenação desta terça-feira, é provável que ele passe o resto da vida na prisão.
Fujimori contava com altos índices de aprovação por parte dos peruanos por ter controlado a economia daquele país e derrotado o grupo insurgente maoísta chamado Sendero Luminoso. Um escândalo de corrupção, no entanto, prejudicou sua imagem em 2000, ano no qual ele decidiu se exilar no Japão.
Nesta terça-feira, dezenas de simpatizantes de Fujimori compareceram à base policial onde o ex-presidente está preso, em Lima. Nesta segunda-feira (6), famílias de 25 vítimas do grupo de extermínio liderado por Fujimori levaram fotos dos mortos e realizaram uma vigília à luz de velas diante do Palácio da Justiça, também em Lima.
Fujimori, quando era presidente
Crimes
O primeiro massacre de que Fujimori é acusado aconteceu no distrito de Barrios Altos, em 1991. O suposto grupo de extermínio liderado pelo presidente, chamado de Colina, invadiu um churrasco e matou a tiros 15 pessoas, inclusive crianças. Mais tarde, revelou-se que o Colina, na verdade, pretendia matar um grupo de simpatizantes do Sendero Luminoso que estava reunido em outro andar, no mesmo prédio.
Outra matança ocorreu sete meses mais tarde, em julho de 1992. Na tentativa de prejudicar o Sendero Luminoso, que realizava ataques quase diariamente, o Colina "desapareceu" com nove estudantes e um professor da Universidade La Cantuta.
Já os sequestros de que Fujimori é acusado são o de um empresário e de um jornalista --na época, correspondente do jornal espanhol "El País"-- que, em 1992, criticaram o fechamento do Congresso e dos tribunais peruanos.
O primeiro massacre de que Fujimori é acusado aconteceu no distrito de Barrios Altos, em 1991. O suposto grupo de extermínio liderado pelo presidente, chamado de Colina, invadiu um churrasco e matou a tiros 15 pessoas, inclusive crianças. Mais tarde, revelou-se que o Colina, na verdade, pretendia matar um grupo de simpatizantes do Sendero Luminoso que estava reunido em outro andar, no mesmo prédio.
Outra matança ocorreu sete meses mais tarde, em julho de 1992. Na tentativa de prejudicar o Sendero Luminoso, que realizava ataques quase diariamente, o Colina "desapareceu" com nove estudantes e um professor da Universidade La Cantuta.
Já os sequestros de que Fujimori é acusado são o de um empresário e de um jornalista --na época, correspondente do jornal espanhol "El País"-- que, em 1992, criticaram o fechamento do Congresso e dos tribunais peruanos.
Defesa
Fujimori nega as acusações do Ministério Público e diz ser vítima de perseguição por parte da polícia e dos promotores envolvidos. Ele já questionou a razão pela qual responde a processo enquanto o seu antecessor, o atual presidente peruano, Alan Garcia, sob quem o país entrou em um conflito que matou cerca de 70 mil, não é processado.
Garcia nega ter cometido violação dos direitos humanos durante seu primeiro mandato, que foi de 1985 a 1990, e tem o poder de perdoar Fujimori.
Fujimori nega as acusações do Ministério Público e diz ser vítima de perseguição por parte da polícia e dos promotores envolvidos. Ele já questionou a razão pela qual responde a processo enquanto o seu antecessor, o atual presidente peruano, Alan Garcia, sob quem o país entrou em um conflito que matou cerca de 70 mil, não é processado.
Garcia nega ter cometido violação dos direitos humanos durante seu primeiro mandato, que foi de 1985 a 1990, e tem o poder de perdoar Fujimori.
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