quinta-feira, 2 de abril de 2009

Israel, Estados Unidos e a criação do Estado Palestino

Segue abaixo notícia retirada do site da Folha de SP com fonte da BBC Brasil acerca da complexa questão que ocorre no Oriente Médio. Houve nas últimas semanas uma série de divergência diplomáticas e políticas entre as autoridades da região. Tudo ocorre devido aos eventos que marcam a posse do premiê Binyamin Netanyahu e de seu chanceler Avigdor Lieberman, membro do partido de extrema-direita. No atual momento já se pronunciaram o secretário geral da ONU e o porta-voz do departamento de Estado norte-americano, ambos favoráveis à um acordo de paz e de uma possibilidade de acordo para a criação do Estado Palestino.


Lieberman diz que acordo de Annapolis não vale para Israel
da BBC Brasil

O novo ministro do Exterior israelense, Avigdor Lieberman, afirmou nesta quarta-feira que Israel não vai se submeter ao acordo patrocinado pelos Estados Unidos em 2007, na cidade americana de Annapolis, para a paz com os palestinos.

"A conferência de Annapolis não tem validade", disse o ministro, que é líder do partido de extrema-direita Israel Beiteinu.

Na conferência de Annapolis, no Estado de Maryland, em novembro de 2007, israelenses e palestinos se comprometeram a ampliar as negociações para a criação de um Estado palestino independente.

"Há apenas um documento com o qual temos obrigações, e não é o da conferência de Annapolis, este não tem validade", disse o novo ministro israelense.

Lieberman se referia ao plano de paz da comunidade internacional para o Oriente Médio conhecido como Mapa da Paz (ou Road Map, em inglês), elaborado em 2003. "O governo israelense nunca ratificou Annapolis, nem o Parlamento", acrescentou.

O novo ministro fez os comentários durante a cerimônia de posse no ministério do Exterior israelense. A ex-ministra Tzipi Livni --uma das figuras importantes do governo israelense nas negociações em Annapolis-- interrompeu o discurso e discordou de Lieberman.

Acordos prévios

A indicação de Avigdor Lieberman para o cargo de ministro do Exterior foi uma das mais polêmicas do novo governo. Lieberman, conhecido por suas posições de linha dura, deve ter dificuldades para exercer sua função, tanto no relacionamento com os países árabes como com diversos países ocidentais.

A Autoridade Palestina descreveu as últimas observações de Lieberman como uma provocação e pediu que os Estados Unidos tomem providências antes que a situação piore, segundo um porta-voz palestino.

O novo governo israelense, liderado pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, prometeu manter todos os acordos negociados pelo governo anterior.

Netanyahu, do partido de direita Likud, é conhecido por ser contra uma solução para a região que preveja a criação de um Estado palestino, mas, até o momento, ele não se pronunciou sobre o acordo de Annapolis.

Os acordos fechados em 2007, em Annapolis, foram vistos como uma última tentativa do governo do então presidente americano George W. Bush para aplicar o que afirmava ser sua "visão" de paz, envolvendo uma solução de dois Estados na região.

Os líderes palestinos e israelenses concordaram na ocasião em lançar negociações "vigorosas e contínuas" para se chegar a um acordo de paz amplo e fazer todos os esforços para concluir um novo acordo antes do fim de 2008.

Apesar de o governo de Netanyahu ter evitado se comprometer com o estabelecimento de um Estado palestino, o plano Mapa da Paz --endossado por Lieberman-- também foi criado como uma tentativa de se atingir este objetivo.

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