sábado, 18 de abril de 2009

América Latina: o presente de Chávez para Obama

1. Livro que Chávez deu a Obama vira sucesso de vendas


Folha Online, 18/04/2009


O livro "As Veias Abertas da América Latina", que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, deu de presente ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, neste sábado, se transformou em poucas horas em um bestseller no site de venda de livros Amazon.com.

O livro de bolso traduzido para o inglês estava nesta sexta-feira na posição 60.280 dos livros mais vendidos da portal, mas depois do "gesto literário" de Chávez a Obama, a obra do escritor uruguaio Eduardo Galeano já era uma das mais cotadas no portal.

O livro, considerado de culto pela esquerda do continente, havia alcançado a 14ª posição na noite deste sábado.

O gesto de Chávez aconteceu no início da reunião entre o presidente americano e os líderes de União de Nações Sul-americanas (Unasul), na manhã deste sábado, antes do início da primeira sessão plenária da 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago.

Na reunião da Unasul, Chávez se levantou para dar um tapinha no ombro de Obama e entregar-lhe o livro, perante as câmeras.


2. Trecho de “As Veias Abertas da América Latina”


Eduardo Galeano


“Para os que concebem a História como uma disputa, o atraso e a miséria da América Latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos; outros ganharam. Mas acontece que aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra, como já se disse, a história do desenvolvimento docapitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos.

Na alquimia colonial e neocolonial, o ouro se transforma em sucata e os alimentos se convertem em veneno. Potosí, Zacatecas e Ouro Preto caíram de ponta do cimo dos esplendores dos metais preciosos no fundo buraco dos filões vazios, e a ruína foi o destino do pampa chileno do salitre e da selva amazônica da borracha; o nordeste açucareiro do Brasil, as matas argentinas de quebrachos ou alguns povoados petrolíferos de Maracaibo têm dolorosas razões para crer na mortalidade das fortunas que a natureza outorga e o imperialismo usurpa. A chuva que irriga os centros do poder imperialista afoga os vastos subúrbios do sistema. Do mesmo modo, e simetricamente, o bem-estar de nossas classes dominantes - dominantes para dentro, dominadas de fora - é a maldição de nossas multidões, condenadas a uma vida de bestas de carga”.


3. Endereço para o e-book

http://www.todososlinks.com.br/eduardo_galeano_as_veias_abertas_da_america_latina.zip

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