sexta-feira, 10 de abril de 2009

América Latina: greve de fome em prol de reformas

Morales mantém greve de fome para que crise se resolva "pacificamente"

da Efe, em La Paz – 10/04/2009


O presidente boliviano, Evo Morales, entrou nesta sexta-feira no segundo dia de sua greve de fome para exigir que o Congresso aprove a lei eleitoral, em um esforço para fazer com que a crise vivida pelo país "se resolva de forma pacífica".
Morales está no Palácio de Governo em La Paz e pediu aos parlamentares para que "cumpram a vontade" do povo boliviano, que aprovou em janeiro uma nova Constituição que prevê a aprovação de uma nova legislação eleitoral pelo Congresso boliviano, necessária para a realização das eleições gerais em 6 de dezembro.
David Mercado/Reuters

Evo Morales conversa com jornalistas no segundo dia de sua greve de fome por mudança de lei, no palácio presidencial boliviano
O presidente boliviano se mostrou disposto a seguir com sua medida de pressão até que o Congresso "cumpra suas funções".
O Congresso celebra desde a tarde da quarta-feira uma sessão que já dura mais de 30 horas para tentar obter um consenso entre governistas e opositores.
Embora tenha havido avanços e uma primeira aprovação da nova lei eleitoral, a situação continua complicada porque boa parte dos parlamentares opositores abandonou a sessão.
Segundo Morales, estes congressistas opositores abandonaram a sessão porque se sentiram "antecipadamente derrotados".
Poder do povo
"Não vou suspender a greve de fome até que se complete o poder" do povo, insistiu o presidente, aproveitando para pedir aos quase mil eleitores que estão seguindo o jejum por toda a Bolívia para que o abandonem após a Semana Santa.
Enquanto o presidente boliviano mantém esta medida de pressão no Palácio de Governo, a sessão parlamentar para a aprovação definitiva da lei eleitoral permanece suspensa, apesar da convocação do presidente do Congresso para que os senadores opositores voltem ao debate.
A oposição rejeita o projeto de lei apresentado pelo Governo boliviano porque considera que favorece uma eventual reeleição de Morales em dezembro.
Os principais pontos de divergência são a reserva de uma cota de cadeiras no Congresso para setores indígenas e o voto dos bolivianos no exterior.

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